domingo, 10 de julho de 2011

Sobre o Ziggy e a Pré-História.

Há milhares de anos, a relação entre homens e animais era de sobrevivência: a caça ao bizão, por exemplo, garantia a alimentação das tribos durante a Pré-história. Milênios mais tarde, seres humanos passaram a criar laços de afeto com os animais, deixando de vê-los como alimento, passando a tê-los também como companhia. O convívio entre essas duas espécies estreita mais e mais esses laços, tornando, muitas vezes, um amor semelhante à mãe e filho.
Quando comecei a trabalhar, decidi que investiria meu primeiro salário em um cachorro, afinal, meus pais nunca quiseram me dar um e esta era minha grande chance. Um dia após a chegada do Ziggy, ele já era tratado como o bebê da casa por todos, inclusive minha mãe, que, inicialmente disse que "não moveria uma dedo" para cuidar dele, e, hoje, ao sair de casa coloca um casaco no sofá para ele dormir e não se sentir tão sozinho. O apego pelos animais é inevitável, eles são carinhosos, parecem entender o que falamos e tentam responder, seja com latidos, lambidas ou miados.
Bill Maher, protetor dos animais, disse: a razão por eu amar tanto meu cachorro é porque, quando chego em casa, ele é o único que me trata como se eu fosse um integrante dos "Beatles". Da mesma forma que criamos afinidade pelos nossos bichinhos, eles fazem o mesmo conosco. Casos de gatos e cachorros que acompanharam seus donos até a morte, passando a viver nos túmulos, ou situações nas quais os animais passam por uma fase depressiva na ausência de alguém de sua família são habituais.
Já está cientificamente provada a capacidade que algumas espécies têm de se comunicar. A chamada "carinha de cachorro que caiu da mudança" é feita intencionalmente, com o olhar do animal fixo no olhar da pessoa. Testes comprovaram que cachorros são capazes de sentir o cheiro de uma colher de café colocada numa piscina de vinte mil litros - talvez isso explique porque meu cachorro dorme tranquilo no casaco da minha mãe.
Homens e animais aprenderam a manter um companheirismo vantajoso, repleto de afeto e de proteção. Obviamente a convivência entre humanos é incomparável, no entanto, a tentativa de substituir uma perda de ente querido por um animal tornou-se usual. Humberto Gessinger, em uma de suas canções, afirmou: você, que tem ideias tão modernas, é o mesmo homem que vivia nas cavernas. A relação que temos agora, durante muito tempo foi algo inimaginável; quem sabe no futuro consigamos encontrar uma forma efetiva de comunicação entre humanos e animais, aprimorando ainda mais esta amizade.

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