terça-feira, 18 de outubro de 2011

Sobre ser médico e a minha visão.

Hoje é dia do que eu quero que seja o meu dia pelo resto dos dias.
Quero acordar todas as manhãs (ou madrugadas, frequentemente) e pensar: feliz dia do médico.
Cada dia que passa aumenta a minha certeza sobre o que eu gosto, quero, me faz feliz e me emociona. Escolher como profissão algo que traga toda essa gama de sentimentos é essencial pra satisfação pessoal. Pode ser que eu ainda viva a parte utópica da história, mas não, não assisto nem me baseio em House ou Grey's Anatomy.
As dificuldades para quem deseja essa profissão iniciam antes mesmo de entrar na faculdade, que é o meu estágio. Sinto que o pré-vestibular é uma espécie de seletor que testa a tua resistência e a vontade que tu realmente tens de seguir a profissão porque, sinceramente, se tu não quiseres MUITO, vais acabar desistindo. A rotina que vai te acompanhar por toda a vida também deve ser um teste, afinal, teus dias terão horários bem divertidos. Às vezes tu vai ficar triste, vai dar notícias ruins, vai receber notícias ruins e vai lidar com a morte e a tristeza das pessoas.
Apesar disso, porque eu ainda quero ser médica?
Porque se às vezes vou lidar com tristeza, outras tantas vou lidar com a alegria, com notícias animadoras e, o principal: vou lidar com a vida.
Creio que ser médico é capaz de te fazer enxergar diariamente o valor que a vida tem, e o número de pessoas que descobrem isso quando é quase tarde. Tratar a dor e a tristeza para devolver a esperança e a felicidade é algo que me fascina e é a motivação que tenho para seguir rumo ao meu objetivo.

Feliz dia do médico para todos que já são ou estão em vias de se tornar!

sábado, 15 de outubro de 2011

Sobre emoções e sorrisos.

"Deve haver alguma coisa que ainda te emocione."
E aí, quando tu ouves essa frase, o que pensa? Tu sabes o que te emociona, quem te emociona?
Normalmente as coisas simples fogem da nossa visão, vivemos esperando por momentos gloriosos, por fatos extraordinários, sem perceber que, a extraordinariedade está muito mais nos olhos de quem vê, do que naquilo que acontece. Discorda? Não sei vocês, mas quando eu chego em casa e meu cachorro pula em mim e fica pedindo carinho, me emociono. Quando eu vejo que tenho uma família linda e cultivo grandes amizades, me emociono. Me emociono ouvindo músicas, só pensar em algumas coisas, já me emociona. Só não vale deixar de se emocionar com beijos, abraços, sorrisos, sentimentos e pessoas, afinal, nesse contexto elas também são coisas.
Tu não precisas responder para os outros, precisa somente saber a resposta. Quando ouvir de novo a frase "deve haver alguma coisa que ainda te emocione", espero que diversas coisas, fatos e pessoas te venham a mente. Viver sem algo que te anime, te dê alegria e prazer passa muito longe da minha definição do verbo viver.


quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Sobre viagens e leitura.

Para nós, ocidentais, aceitarmos que, no outro lado do planeta, pessoas comem insetos fritos como aperitivo enquanto assistem a um jogo de futebol é, no mínimo, estranho. Fato é que, se tivéssemos nascido lá, talvez feijoada parecesse coisa de outro planeta. A cultura exerce grande influência sobre os hábitos de cada um, e é indiscutível que o meio em que somos criados é responsável por moldar boa parte de nossa personalidade.
Na última avaliação do PISA, prova de âmbito internacional que tem por objetivo avaliar a qualidade da educação dos países, o Brasil aparece numa das últimas colocações, fato que preocupa. Ao procurar motivos que justifiquem essa posição, um se destaca: o brasileiro não tem o hábito de ler. Enquanto em países desenvolvidos, como França ou Noruega, a média de livros lidos durante um ano por pessoa chega a quase vinte, no Brasil não alcançamos dois. De que maneira esperamos que crianças despertem o interesse pela leitura se, muitas vezes, não recebem o incentivo merecido?
Para Mário Quintana, o pior analfabeto é aquele que sabe ler, mas não o faz. Não se trata de distribuir livros para a sociedade; trata-se de ensiná-la a ler, alfabetizar o pensamento, a forma de ver a leitura e a importância que cada brasileiro dá a ela.
Quanto visitamos algum lugar diferente, sempre somos convidados a aprender sobre a cultura do local e a abrir nossa mente para novas ideias e novos costumes. Na leitura, é exatamente isso que falta: precisamos viajar nas histórias de outros livros, encantarmo-nos com fábulas, chorar com dramas e sentir medo nos suspenses. Quem sabe, a partir desse intercâmbio pessoal, não permitimos também que o Brasil viaje do fim da lista do PISA às primeiras colocações?

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Sobre caminhos e nostalgia.

Queria ter a inocência da minha infância de volta. Quantas vezes me pego pensando na época que, todo o sábado, ia com meu pai ao supermercado, só pra no final comprar chocolate e um gibi novo.  Coisas tão simples que fazem tanta falta. Deixamos pelo caminho da vida atividades, costumes e pessoas tão legais por não cultivar o que, de fato, é especial.
De vez em quando é bom sentar, fechar os olhos, respirar bem fundo e lembrar de tudo aquilo que um dia nos fez feliz. São os momentos que nos pegamos rindo sozinhos, suspirando ou, quem sabe, até chorando; chora-se de alegria também. 
Se o teu caminho é longo, e tu já deixaste muita coisa que gostava pra trás, só resta planejar os próximos passos de maneira mais meticulosa. Tu não és João e Maria, não tens migalhas que apontam a direção a seguir para voltar onde já esteve. Muita coisa se perde e fica na memória, na caixinha com o título de nostalgia. Cabe somente a ti fazer com que, a partir de agora, as coisas fiquem guardadas na caixinha do tempo presente, presente eterno.