quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sobre ditados e Sessão da Tarde.

Hoje, em especial, lembrei de momentos da minha infância que gostaria que voltassem: lembrei de quando eu deitava na cama - pronta para dormir - e gritava: Paaaaaaaaai, vem colocar as cobertas e fechar a janela?; ou então, da expectativa da vinda da fada do dente (que, por sinal, era meio pão dura, comparando com essas fadas de hoje em dia); lembrei também de quando meu primo e eu íamos em família para a praia, e discutíamos  para decidir quem tomaria banho primeiro.
Porque temos tanta dificuldade em acreditar quando os outros nos dizem: aproveita bem essa fase, tu vai sentir falta? Para quem tem oito anos, parece que nada pode ficar pior que aquele exercício de divisão, ou o ditado da professora de português. Quando alcançamos os dez anos, queremos alcançar os quinze, e depois, invariavelmente, os esperados dezoito, e para por aí. Depois dos dezoito, bate o desespero da aproximação dos vinte, o desejo de ser novamente criança, poder assistir sessão da tarde e fazer nada o dia inteiro.
Nossa inconstância nos atrapalha. Nunca queremos estar onde estamos, ou um pouco adiante, ou uns anos atrás. Isso nos impede de que aproveitemos muito tempo da breve  vida que temos. Bem que dizem que quando temos alguma situação empolgante por acontecer, o tempo mais legal é o que passamos esperando por ela. Precisamos aprender a viver o hoje, o agora, mesmo que seja do nosso instinto essa necessidade de garantias futuras. Acorde todas as manhãs pensando que será o último dia da sua vida, e aja como se realmente fosse.
 Só para deixar claro, eu não estou sugerindo que você largue a faculdade e o trabalho para se tornar um vagabundo sustentado pelos pais. Se bem que com esse frio não seria má ideia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário