domingo, 21 de agosto de 2011

Sobre Tonho Croco e palavras.

Durante a Idade Média, surgiu uma instituição que, por sua demasiada influência e importância, ditava as regras para toda a população: a igreja. Quando algumas pessoas decidiram contrariar o que lhes era imposto, foram queimadas como pecadoras. Durante cerca de 500 anos, nada restou para a população além do silêncio da concordância. Hoje, nos perguntamos: até que ponto argumentar é melhor do que silenciar?
Desde pequenos, somos ensinados a obedecer ao professor que está na sala de aula. Entretanto, quando discordamos de alguma atitude ou comentário, seria errado expressarmos o que pensamos? Dificilmente essa atitude seria vista de maneira positiva, mas sim como uma afronta. Se a ideia fosse vista dessa forma, então ainda viveríamos na Idade das Trevas. Fato é que, existem determinados momentos em que o silêncio deve falar mais alto, justamente pelo bem comum. Se cada um fosse totalmente livre para fazer o que bem entendesse, então não poderíamos viver num ambiente com leis e regras de convivência.
Nas últimas semanas, o estado do RS vem acompanhando a história de Tonho Croco, músico que foi processado por um deputado após criar uma música que denunciava um aumento salaria feito às escondidas. No caso de Tonho Croco, a tentativa de argumentar e contestar quase custou sua liberdade. Certamente, é preciso muita coragem para falarmos quando o silêncio para ser mais prático, mais confortável.
Para Confúcio, o silêncio é um amigo que nunca trai. Quantas vezes falamos algo por impulso e depois nos arrependemos...Na dúvida, o silêncio sempre será a melhor escolha, ainda que seja o silêncio de cansaço de quem se viu esgotado de tanto explicar.

Um comentário:

  1. Eu tenho duas posições sobre o Tonho Croco. Uma é que ele ganhou meu aplauso pela coragem e pela criatividade da denúncia. Pena que muita gente aplaudiu também e nem se ligou nos nomes que ele cita. Apenas acharam um absurdo por achar, para ir com a maioria.
    A outra opinião q tenho é que ele NUNCA seria preso ou processado, pois isso sim geraria uma revolução. Um dos acusados pensou nisso, mas de sangue quente, pois até para os poderosos políticos isso é inviável. Seria quebrar de vez a democracia, voltar à ditadura. Existe censura? Sim, mas ela é sutil. Neste caso seria muito escandalosa.

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