quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Sobre viagens e leitura.

Para nós, ocidentais, aceitarmos que, no outro lado do planeta, pessoas comem insetos fritos como aperitivo enquanto assistem a um jogo de futebol é, no mínimo, estranho. Fato é que, se tivéssemos nascido lá, talvez feijoada parecesse coisa de outro planeta. A cultura exerce grande influência sobre os hábitos de cada um, e é indiscutível que o meio em que somos criados é responsável por moldar boa parte de nossa personalidade.
Na última avaliação do PISA, prova de âmbito internacional que tem por objetivo avaliar a qualidade da educação dos países, o Brasil aparece numa das últimas colocações, fato que preocupa. Ao procurar motivos que justifiquem essa posição, um se destaca: o brasileiro não tem o hábito de ler. Enquanto em países desenvolvidos, como França ou Noruega, a média de livros lidos durante um ano por pessoa chega a quase vinte, no Brasil não alcançamos dois. De que maneira esperamos que crianças despertem o interesse pela leitura se, muitas vezes, não recebem o incentivo merecido?
Para Mário Quintana, o pior analfabeto é aquele que sabe ler, mas não o faz. Não se trata de distribuir livros para a sociedade; trata-se de ensiná-la a ler, alfabetizar o pensamento, a forma de ver a leitura e a importância que cada brasileiro dá a ela.
Quanto visitamos algum lugar diferente, sempre somos convidados a aprender sobre a cultura do local e a abrir nossa mente para novas ideias e novos costumes. Na leitura, é exatamente isso que falta: precisamos viajar nas histórias de outros livros, encantarmo-nos com fábulas, chorar com dramas e sentir medo nos suspenses. Quem sabe, a partir desse intercâmbio pessoal, não permitimos também que o Brasil viaje do fim da lista do PISA às primeiras colocações?

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